Mensagens Rosacrucianas

Natividade


 NATIVIDADE

É antiquíssima a festa da Natividade através da história e das tradições religiosas, observa-se que todos os povos primitivos a celebraram e que ultimamente o Cristianismo a adotou a partir do século IV. O Papa Julius (337 a 352 DC) foi quem a instituiu pela primeira vez, dando-lhe forma eclesiástica oficial, mas Santo Agostinho a mencionava anteriormente (Sermão 190), como sendo uma festa puramente, pagã para celebrar e nascimento do Sol. Entretanto, mais tarde o Bispo de Turim Maximus, protestou contra esta festividade, pois alegava que sendo uma festa pagã, era indigno celebrar com ela o nascimento do Messias.

O maquineu Faustus volta a se enfrentar com Santo Agostinho para criticar lhe que dita festa seja celebrada pelos Cristãos, vez que os Pagãos a tinham só para celebrar o Solstício de Inverno. O Papa Leão I não se conformou tão pouco com este proceder, sustentando que o Diabo deveria haver inspirado seguramente ao seu antecessor, para que houvesse decretado a celebração desta festa no dia preciso em que se celebrava, segundo ele, o nascimento do Deus Solar.

Realmente esta festividade puramente oriental, vem a ser de origem egípcia, pois no Solstício de Inverno eles celebravam o nascimento de Hórus, filho de Isis, no Templo de Sais.

Macrobio, nas Saturnalias de Roma, fala nesse simbolismo tão famoso, mediante o qual aparece um Menino no berço, no preciso momento do nascimento do Sol. O Egito, em épocas remotíssimas, celebrava o nascimento do Sol nessa data e pode comprovar-se que mencionada festa é nitidamente ária ou nórdica da época pré-indogermanica.

Na Mitologia nórdica figura esse menino sobre uma roda e em vários idiomas se chama essa festa de A FESTA DA RODA ou A FESTA DO SOL. Também se observa que os Persas celebravam na noite de 25 de dezembro o nascimento de Mitras e os Mexicanos dedicam também a ditosa data à celebração do nascimento de Quetzalcoalt.

Em Sânscrito encontramos esta festividade para lembrar o dia de Svarga, ou seja, a Festa da Luz, da irradiação, do brilho. A mesma palavra serve no Oriente para designar a Cruz e ao Filho de Deus. Historicamente se discute se foram os Persas os primeiros a estabelecerem esta festa da Natividade ou se lhes antecederam os egípcios.

Não é sempre Belém o lugar que indicam como berço desse menino. Os Sírios designavam a Thamus. Logo existe uma confusão entre o nome desta mesma cidade e o Deus Thamus e umas vezes fazem figurar este vocábulo como o da Cidade e outras como o do Deus.

O mesmo tradutor da Bíblia, Jerônimo, conta que no presépio de Belém, havia estado anteriormente Thamus, mas ele supõe que se trate do Adônis dos Gregos. Isto demonstra que o santo tradutor aceitava que Adônis houvesse vivido como homem de carne e osso.

Tão pouco a Virgem Maria é um símbolo novo. Isis dá vida a Horus, Istar a Thamus. Mas o curioso é que nessa época o Sol entrara na constelação de Virgo e daqui surgiu a confusão entre Virgo e Virgem Mais curioso é que anteriormente o Sol havia estado em Capricórnio Assim resultou que sendo Capricórnio antes de Virgo, o façam passar por Pai dessa constelação e como Capricórnio, no simbolismo oriental, estava representado por um Carpinteiro, não há dúvida que veio de novo a confusão de um Carpinteiro José como esposo de Maria ou a Virgem.

Tantos os bois como as mulas e outros animais que figuram ao redor do presépio são simbolismos puramente astronômicos, isto é, são estrelas. O mesmo berço simboliza uma estrela.

Os Livros Apócrifos falam muito claro e se vê por eles que o Cristianismo primitivo, o pré-judeu, foi essencialmente culto solar. Estava dedicado ao Deus CRESTOS, ao Crestos Cósmico manifestado pelo Sol e os Judeus foram os primeiros que animaram Jesus para que se apresentasse como Messias. Mais tarde, crucificaram-no quando não quis ser instrumento cego de sua política. Mais tarde ao formar os Livros Sagrados, tudo aquilo que recordava Culto Solar foi separado intencionalmente e só os Gnósticas lutaram por esse culto primitivo. O mesmo São João acentuou aquelas palavras de “EU SOU A LUZ” reconhecendo em Jesus um símbolo solar.

Nos Mistérios Germânicos tinha um berço de ouro onde colocavam um menino na noite da Natividade, representando ao Sol nascente e ao chegarem os sacerdotes romanos, admiraram-se desse costume e trataram de aboli-lo por haver sido instituído, segundo eles, pelo Demônio.

Algo muito semelhante se repetiu séculos mais tarde no México com a chegada dos Sacerdotes Romanos, a quem foi sumamente fácil culpar o Diabo coma causa de tal costume.

Assim pois, a verdadeiro Cristianismo, é um culto nitidamente solar que materializou o Cristianismo Romano e o primeiro pode nos servir sempre como norma de Religião esotérica e como guia moral para os povos. Os Rosa-Cruzes sempre sustentaram estes princípios sem variação de nenhum género. Nós, como Rosa-Cruzes e como espiritualistas, escutamos com nossa habitual tolerância a todos quantos exponham uma teoria ou sigam um caminho mais ou menos certo, agora que nossa única meta é contribuir que se desenvolva o "SOL" que domina dentro de nós e opormo-nos aos que pretendem elevar o astro físico à categoria de Deus. O Sol que vemos, não é Deus. Atrás desse Sol ao nosso alcance, há repetimos um Sol Central que é precisamente o Mediador, o verdadeiro Sol, o verdadeiro Cristo, cujos raios atuaram diretamente sobre o Nazareno, mas atrás desse Sol Central, atrás desse Cristo Cósmico, há AQUELE INOMINADO que se chama Deus. Algo tenha o nome que tenha segundo a religião e raça que sempre será um mistério IMPRONUNCIAVEL, mas diante de quem caímos de joelhos pedindo Luz e elevação até ELE.

Dr. Krumm Heller


*Artigo publicada na Revista Rosa Cruz, ano IX, Berlim, 27 de dezembro de 1935 número 9. Edição em espanhol.


“Ainda que Cristo nascesse mil vezes em Belém, Se não nascer dentro de ti, tua alma ficará perdida. Em vão olharás a Cruz do Gólgota. A menos que dentro de ti, ela seja novamente erguida".

                                                            Ângelus Silesius

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