AS TRÊS PENEIRAS
Numa pequena casa, no subúrbio, um homem cuidava de sua horta, nos fundos do quintal.
Chega da escola um filho, troca o uniforme, vai ajudar ao pai e conversar. Entre uma conversa e outra, o filho conta os casos da escola.
– Pai, o senhor sabe o que me contaram a respeito do Chiquinho?
– Espere um pouco, interrompeu o pai. O que você vai me contar já passou pelas três peneiras de que lhe falei semana passada?
– Bem, não tenho muita certeza, disse o garoto um pouco embaraçado.
– Vamos então passar a história pela primeira peneira: a Peneira da Verdade.
– Meu filho, você tem certeza de que o fato é absolutamente verdadeiro?
– Eu não sei. Só sei o que me contaram, papai.
– Então, você não tem certeza. Sua história escoou pelos furos da primeira peneira. Vejamos a segunda peneira: a Peneira da Bondade.
– É alguma coisa que você gostaria que os outros dissessem a seu respeito, meu filho?
– Claro que não, papai!
– A história acabou de escoar pelos furos da segunda peneira. Vamos a terceira peneira: a Peneira da Necessidade.
– Você acha mesmo que é necessário passar adiante essa história sobre o Chiquinho?
– Não papai, o senhor tem razão. Eu não imaginava que passando-a pelas três peneiras não iria sobrar nada dela. Com a sua ajuda vou procurar não mais esquecer disso quando tiver um comentário sobre alguém.
Moral da história: Se as pessoas usassem desses critérios, seriam mais felizes e usariam seus esforços e talentos em outras atividades, antes de obedecer ao impulso de simplesmente passá-los adiante.
* Baseado no conto de As três peneiras de Sócrates.
R+